quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Jovem Leonardo Jardim apontou para a Televisão e disse: "Um dia vou treinar o Sporting".



Diz quem sabe que as melhores patinhas de porco que se podem comer na Madeira são servidas em São Pedro, Santa Cruz, no restaurante de António Jardim e Maria Mónica Nunes, pais de Leonardo Jardim, treinador madeirense do Beira-Mar. Uma família de sportinguistas, tal como filho, como fizeram questão de contar ao DIÁRIO, que vive da restauração e do futebol, embora não seja um desporto de eleição, pelo menos para a matriarca. "Preferia que o Leonardo fosse professor. Vê-lo através da televisão sempre com aquele ar tão sério não me faz nada bem. Tenho medo que lhe dê alguma coisa", explicou Maria Mónica Nunes. Leonardo Jardim nasceu na Venezuela, mas veio para a Madeira com apenas três anos. "E foi criado aqui", apontou a mãe para dentro do restaurante. "Ele passava aqui o dia, connosco", completou. Depois, Leonardo Jardim foi para a escola, para as "irmãs de Gaula e depois para a Escola de Santa Cruz". "Sempre foi bom aluno, embora dissesse que dava tempo estudar nos últimos dias", recordou o pai. Já na Universidade, Leonardo Jardim acumulava as funções de aluno, professor e treinador.

"Ele ia para a Universidade, vinha almoçar, ia para Machico ou para o Caniçal para dar aulas, regressava e depois ainda ia treinar para Santa Cruz. À noite vinha para casa, onde estudava um bocadinho. Tinha essa rotina, que fazia com o Mini que nós tínhamos", recordou a mãe. No último ano de Universidade, Leonardo Jardim foi 'enconstado à parede' pela mãe. "Porque deixou uma cadeira para segunda fase, para Setembro, só para poder tirar um curso de treinador. Em briguei muito com ele. Perguntei-lhe se ele não estava a proceder mal, mas ele disse-me: 'mãe não se preocupe, eu vou acabar o curso na Universidade'. E assim foi", registou, orgulhosa, Maria Mónica Nunes. O treinador madeirense terminou o curso e prosseguiu a carreira de treinador, na Camacha. "Preferia que fosse professor, mas foi a vida que ele escolheu. Talvez um dia se chateie com o futebol e volte à escola", gracejou Maria Mónica Nunes, já conformada com a decisão do filho. A família Jardim é orgulhosamente sportuinguista. Todos desejam a vitória do Sporting, mas no passado dia 4 de Outubro sentiram pela primeira vez uma "sensação esquisita", quando os leões defrontaram o Beira-Mar de Leonardo. "Já fomos da Camacha, do Chaves e agora somos do Beira-Mar, mas quando defrontou o Sporting a sensação foi esquisita. Portanto, o 1-1, resultado que nós queríamos, foi bom. O mal dividiu-se pelas aldeias", brincou o pai. Como foi referido no início da peça, a mãe de Leonardo Jardim não gosta do ar sério e concentrado que o filho demonstra na actividade profissional, porque tem "medo que lhe dê alguma coisa". Mas não se pense que o treinador é sempre assim. "Ele gosta das coisas bem alinhadinhas, é certo, mas é muito brincalhão, está sempre a brincar com os sobrinhos, por exemplo", contou a mãe. "Bom cozinheiro", como fez questão de evidenciar o pai, sempre que está na Madeira Leonardo Jardim reune alguns amigos no restaurante da família para poder confraternizar", destacou o pai.

"É um bom garfo, gosta de tudo", revelou também. SURPRESA AO FILHO Na Páscoa, António Jardim e Maria Mónica Nunes resolveram fazer uma surpresa ao filho. "Fomos visitá-lo, sem ele saber", contou o pai. "Batemos-lhe à campainha e ele ficou surpreendido", prosseguiu, explicando que a distância é complicada. Há quatro anos, pai e filho foram até à Venezuela, porque Leonardo Jardim queria ver onde tinha nascido. Mas não gostou muito. "Ele não gostou muito, por causa da insegurança.

Tanto que me disse: 'pai a melhor coisa que você fez foi ter-nos levado todos para a Madeira'", contou. Na Venezuela a família Jardim vivia em Puerto de La Cruz. Leonardo desejou o Sporting quando tinha 15 anos Sempre atenta a tudo o que os avós diziam, a pequena Sofia Margarida, uma das sobrinhas de Leonardo Jardim, foi também convidada a falar sobre o tio. "Prometeu-me que, quando assinar contrato com um 'grande' do futebol português, vai levar-me para tirar fotografias com ele e com os jogadores", disse a jovem estudante, não escondendo a preferência. "Espero que o meu tio assine pelo Sporting, que também é o clube dele", deixou escapar. Os pais também não escondem o desejo de um dia verem o filho a treinar o Sporting. "É o clube dele, até tem um armário com várias coisas do Sporting. Um dia lembro-me, devia o Leonardo ter uns 15 anos, ele disse-nos: 'Ainda um dia vou treinar aquele clube', apontando para a televisão. Estava a dar um jogo de futebol", revelou a mãe.

"Na altura nunca imaginei que tal um dia viesse a ser possível, mas depois de o ter visto a defrontar o clube do coração já acredito em tudo", continuou Maria Mónica Nunes. Também a irmã, Zita Jardim, a mãe da pequena Sofia Margarida deseja a maior sorte para o irmão. "Nem gosto muito de ver futebol, mas sempre que são jogos do meu irmão espreito para a televisão, apesar de ficar nervosa. Gostava que fosse para o Sporting", admitiu. Os pais deixaram escapar que Leonardo Jardim é sportinguista de 'gema', mas o primeiro grande amor do técnico foi o Marítimo. "O meu tio gostava tanto do Marítimo que o fez sócio. Não me lembro quando, mas o Leonardo era pequenino", revelou Maria Mónica Nunes. Honrados pela ascensão de Leonardo, a família Jardim confessou ainda que nunca esperou que o treinador chegasse tão longe. "Ele esteve sete anos na Camacha e pensei que nunca passaria daquilo. Fez duas tentivas para sair mas fizeram-lhe mal, mas à terceira tudo correu bem. Felizmente já chegou bastante longe", registou António Jardim, com natural orgulho.

Fonte: Blog http://pravdailheu.blogs.sapo.pt/378558.html

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