Venezuela, Madeira, Portugal continental, Grécia... e Sporting. A história de um leopardo que não sorri e que chega ao jardim verde de Alvalade para devolver resultados ao clube do leão.
Barcelona é o ponto de partida. Não a capital da Catalunha, mas uma cidade da Venezuela. José Leonardo Nunes Alves Sousa Jardim nasceu aí, a 1 de agosto de 1974. Filho de emigrantes portugueses, não esteve muito tempo na terra de Hugo Chavéz.
Não é daqueles treinadores que deriva de uma carreira de sucesso como jogador. Pelo contrário, desde cedo pegou nos livros e estudou liderança futebolística. Exemplo disso é que, aos 23 anos, já liderava uma equipa de juvenis, no caso o Santacruzense, da Madeira. No ano seguinte, em 1998/99 torna-se adjunto de José Moniz no Portosantense. Aliás, é esse um dos 'pais' de Leonardo Jardim, já que seguiu o rasto do seu mestre até ao Camacha.
Dois anos como adjunto de Moniz e um com João Santos foram pretexto para, à quarta época nos azuis e brancos da Camacha, Leonardo Jardim assumir o comando da equipa.
Destino seguinte: Aveiro. O Beira-Mar, na Liga Vitalis, começava a desesperar pela subida de divisão após dois anos negativos onde a subida foi uma miragem e optou por um técnico campeão. Jardim chegou, voltou a não sorrir, mas colocou o sorriso nos aveirenses. Subida tranquila e título de campeão do segundo escalão do futebol português.
Estreia no escalão principal com 35 anos e época sólida, mas incompleta. O técnico não foi em cantigas e, com salários em atraso, o leme do barco aveirense ficou órfão. Curiosamente, em vésperas de jogar contra o Sporting em Alvalade, jogo que a sua atual equipa venceu por 1x0, golo de Matías Fernández.
A escalada de um leopardo intocável, frio mas predador de vitórias continuou. Domingos Paciência saía do Sporting de Braga após duas épocas de sucesso e rumava a Alvalade. Leonardo Jardim foi o sucessor e realizou boa época num clube com patamares em crescendo. No fim do campeonato 2011/12 o destino seria a continuidade nos bracarenses, apurados para a Champions League. Contudo, uma entrevista ao jornal O Jogo, onde Jardim falou de ter relações «estritamente profissionais» com o presidente António Salvador, causou desagrado na estrutura do clube e a saída consumou-se.
Pelo meio, Leonardo Jardim ia sendo um nome cada vez mais falado. O ponto alto do reconhecimento público, segundo o próprio, surgiu após declarações de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, que deixou rasgados elogios ao técnico, considerando-o de top nacional. Desde então, a sua figura foi sempre ligada a um possível ingresso no clube do dragão.
Esta época, Jardim foi convidado a treinar o 'supercampeão' grego Olympiakos. A participação na Liga dos Campeões quedou-se pelo terceiro lugar no grupo de Arsenal e Schalke 04. No campeonato, a liderança ia já em 10 pontos quando, a 19 de janeiro, e de forma surpreendente e inesperada, o treinador foi despedido do comando técnico dos gregos.
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