Joaquim Francisco Agostinho nasceu a 7 de Abril de 1943, em Brejenjas, freguesia de Silveira, concelho de Torres Vedras.
Como todos os rapazes da época cumpriu o serviço militar no Ultramar, mais concretamente em Moçambique. Quando acabou a sua comissão de serviço, com o dinheiro que foi poupando, comprou uma bicicleta, sendo os treinos diários realizados no percurso de 35km, entre a sua terra natal e o local de trabalho (era hortelão numas fazendas nos arredores de Torres Vedras). Viajava numa pasteleira e pelo caminho adorava espicaçar os ciclistas na estrada.
Em Fevereiro de 1968, perto de completar 25 anos, Joaquim Agostinho ingressa no Sporting Clube de Portugal pela mão de João Roque (uma antiga glória do ciclismo leonino). Entrou como amador, mas passados apenas dois meses conquistou o Campeonato Regional de Fundo. Em Agosto estreava-se na Volta a Portugal e, embora não tenha vencido nenhuma etapa, os tempos realizados valeram-lhe um surpreendente 2º lugar e a vitória por equipas. Após este início deslumbrante, foi seleccionado para o Campeonato Mundial de Estrada, em Imola (Itália): conseguiu a melhor classificação portuguesa de sempre, ao ficar em 16º lugar, e foi o único português a concluir a prova, resultado que melhoria um lugar, no ano seguinte.
Joaquim Agostinho conquistou por cinco anos consecutivos (1969 a 1974) o Campeonato Nacional de Fundo Individual e venceu a Volta a Portugal por 3 ocasiões entre 1970 e 1972. Agostinho não era apenas um extraordinário ciclista, mas um homem completo em cima da bicicleta: revelou-se um atleta de elite e tornou-se uma referência para companheiros e adversários. Nunca procurou vitórias a todo o custo; pelo contrário, deixou amigos entre aqueles com quem competiu.
Descoberto por Jean de Gribaldy, a sua classe levou-o a representar equipas estrangeiras porque o seu lugar era entre os melhores ciclistas do Mundo: participou 13 vezes na Volta a França, ficando a três provas do recordista máximo, o holandês Joop Zoetmelk. Em 1978 e 1979 obteve dois terceiros lugares e em 1971 e 1980, dois quintos lugares. O seu último Tour de France foi em 1983, quando contava já 40 anos de idade, tendo-se classificado num honroso 11º lugar!
A 30 de Abril de 1984, quando liderava a 5ª etapa da X Volta ao Algarve, Joaquim Agostinho sofreu uma fractura craniana num acidente provocado por um cão que se atravessou no caminho. A poucos metros da meta de Quarteira, levantou-se, voltou a montar a bicicleta e terminou a etapa com a ajuda de dois colegas. As dores persistentes na cabeça levaram-no a ingressar no Hospital de Loulé e Faro, onde o seu estado de saúde agravou-se drasticamente. Foi evacuado de emergência para o Hospital da CUF, em Lisboa.
Durante vários dias, todos os ouvidos estiveram colados à rádio para saber notícias de Agostinho. Aproximava-se o dia 13 de Maio e as pessoas organizavam-se para ir a Fátima rezar por ele, para ver se ele se salvava. Mas não. A morte pregou a última rasteira a Joaquim Agostinho. Após 10 intervenções cirúrgicas e de permanecer 10 dias em coma, o maior ciclista nacional de todos os tempos viria a falecer a 10 de Maio. Dezenas de milhares de portugueses passaram pelo velório na Basílica da Estrela e proporcionaram um funeral digno dos grandes portugueses.
Em 10 de Julho de 2004, após ter terminado no Campo Grande, a penúltima etapa do Troféu Internacional Joaquim Agostinho, o Sporting Clube de Portugal fez descerrar uma placa no Estádio José Alvalade com a seguinte mensagem: ‘A Joaquim Agostinho, a maior figura do ciclismo português, vinte anos de enorme saudade’. A filha Sofia Agostinho e o Governador Civil de Lisboa, Dr. José Lino Ramos, descerraram a lápide, sob uma calorosa e emotiva salva de palmas.
A Comissão das Comemorações do 1º Centenário do Sporting Clube de Portugal levou a efeito três iniciativas relacionadas com Joaquim Agostinho. No dia 22 de Junho de 2006 procedeu-se à colocação da peça escultórica de homenagem a Joaquim Agostinho na Praça Centenário, nele se representando a homenagem do Clube a todos os seus atletas. A 12 de Julho, no Auditório do Estádio José Alvalade, em colaboração com o Jornal ‘A Bola’ foi feito o lançamento do livro ‘Joaquim Agostinho, uma lenda do Centenário’, da autoria de António Simões e a 18 do mesmo mês foi inaugurada uma peça escultórica de Joaquim Agostinho, da autoria do escultor Francisco Salter Cid, na 14ª curva do Alpe d'Huez, no decorrer da 15ª etapa da Volta a França em bicicleta (Gap - Alpe d'Huez), com a presença, entre outros, do Director do Tour de France, Jean Marie Leblanc, Ana Maria Agostinho e Miguel Agostinho, do Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, do Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, Filipe Soares Franco e do Presidente das Comemorações do Centenário, Ernesto Ferreira da Silva.
Joaquim Agostinho é um património do ciclismo (inter)nacional e da história do Sporting Clube de Portugal.
Curriculum: Nome: Joaquim Francisco Agostinho
Local de Nascimento: Brejenjas, Torres Vedras
Data de Nascimento: 7 de Abril de 1943
Início de Carreira no Sporting: 1968
Local de Nascimento: Brejenjas, Torres Vedras
Data de Nascimento: 7 de Abril de 1943
Início de Carreira no Sporting: 1968
Títulos conquistados ao serviço do Sporting:
3 Voltas a Portugal (1970, 1971 e 1972)
5 Campeonatos de Portugal de Fundo (1969, 1970, 1971, 1972 e 1973)
1 Campeonato de Portugal de Perseguição (1971)
1 Campeonato de Portugal de Fundo - Amadores (1968)
1 Volta a São Paulo (1968)
1 Grande Prémio Robbialac (1969)
1 Grande Prémio Riopele (1969)
1 Grande Prémio Internacional de Sintra (1971)
1 Grande Prémio Clock (1975)
3 Voltas a Portugal (1970, 1971 e 1972)
5 Campeonatos de Portugal de Fundo (1969, 1970, 1971, 1972 e 1973)
1 Campeonato de Portugal de Perseguição (1971)
1 Campeonato de Portugal de Fundo - Amadores (1968)
1 Volta a São Paulo (1968)
1 Grande Prémio Robbialac (1969)
1 Grande Prémio Riopele (1969)
1 Grande Prémio Internacional de Sintra (1971)
1 Grande Prémio Clock (1975)
Fonte: Sporting.pt
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