quarta-feira, 25 de abril de 2012

Assembleia-Geral do Sporting aprova contração de empréstimos e fusão de sociedades

Os sócios do Sporting aprovaram esta noite em Assembleia-Geral a contração de dois empréstimos no valor de 120 milhões de euros conducentes à fusão por incorporação da Sporting Património e Marketing (SPM) com a SAD. Para o presidente do clube, Godinho Lopes, a fusão é um virar de um "ciclo vicioso para um virtuoso" e permitirá  a "entrada de dinheiro fresco".

O dirigente, que falava em conferência de imprensa após a Assembleia-Geral  do clube, que decorreu no Pavilhão Multiusos de Odivelas com a presença  de cerca de 500 sócios, disse que a aprovação "era vital para o funcionamento  do Sporting" e permitirá a entrada de investidores sem que os "leões" percam  a maioria da SAD. 
"O Sporting está numa fase de transição na sua reorganização, por isso  era um passo decisivo. Assim, no último ano do triénio vamos ter um resultado  positivo e partir para um novo desafio. Vamos passar de um clico vicioso  para um virtuoso. Resolve-se o passivo com a entrada de investidores. Não  resolve nada do ponto de vista de dinheiro fresco, mas permite que o Sporting  continue a deter a maioria (da SAD)", garantiu Godinho Lopes, sustentando  que "os investidores serão anunciados quando houver algo de concreto". 
A proposta de contração de dois empréstimos no valor global de 120 milhões  de euros conducentes à fusão por incorporação da Sporting Património e Marketing  (SPM) com a SAD foi aprovada com 72,12 por cento de votos, 23,92 por cento  contra, 3,09 por cento de abstenções e 0,86 por cento de votos nulos. 
Os sócios aprovaram a contração de um empréstimo de 52,8 milhões de  euros, destinado ao aumento de capital ou a liquidar dívida da SPM, e um  outro, no valor de 67,2 milhões de euros, para financiamento da Sporting,  SGPS, para que esta possa acorrer ao referido aumento de capital. 
A direção tenciona desta forma extinguir a SPM e incorporá-la na SAD,  fazendo transitar para a sociedade que gere o futebol profissional o direito  de superfície do Estádio José Alvalade e do respetivo terreno. 
Com esta operação, a direção "leonina" diz que a SAD passará a ter capitais  próprios positivos e sairá da situação de falência técnica em que se encontra,  passando a respeitar as regras do "fair-play" financeiro da UEFA. 
O ex-candidato à presidência do Sporting Bruno de Carvalho foi uma das  vozes que se levantou contra esta proposta, afirmando que não resolve os  problemas da SAD e retira ao clube poder de decisão. 
Além deste ponto foram também aprovadas alterações pontuais aos estatutos  do Sporting, sugeridas pelo Ministério Público, para adequar as normas "leoninas"  à lei, bem como alterações aos regulamentos eleitorais, que preveem agora  a introdução do voto eletrónico. 
O presidente de presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting,  Eduardo Barroso, indicou que este último ponto sofreu algumas alterações,  sem revelar quais, em relação à proposta inicialmente apresentada pelo órgão,  graças a sugestões apresentadas por Bruno de Carvalho. 
Segundo Eduardo Barroso, o "caso Cardinal" foi também abordado, de forma  "serena e tranquila", merecendo uma intervenção do vice-presidente Paulo  Pereira Cristóvão, ex-inspetor da Polícia Judiciária, que foi constituído  arguido juntamente com outras duas pessoas no âmbito de uma investigação  por denúncia caluniosa qualificada. 
Na base da investigação está uma denúncia feita pelo Sporting à FPF,  na sequência de uma alegada informação anónima segundo a qual alguém na  Madeira tinha depositado dois mil euros em dinheiro na conta bancária do  árbitro auxiliar José Cardinal, e que levou a federação a apresentar queixa  às autoridades. 
Segundo uma fonte da investigação, o depósito terá sido feito por uma  pessoa que está ligada profissionalmente ao vice-presidente do Sporting  Paulo Pereira Cristóvão e terá, alegadamente, atuado para impedir que o  árbitro auxiliar fizesse parte da equipa de arbitragem no encontro da Taça  entre o Sporting e o Marítimo. 

In: Sic Noticias

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