Dez anos depois de ter levado o Sporting à conquista do último título de campeão português, o treinador Laszlo Boloni diz-se "triste" pelo "jejum", mas elogia Sá Pinto e admite que gostava de ser lembrado em Alvalade.
"O Sporting é um clube que não vou esquecer, porque me deu muito prazer, passei lá duas épocas muito interessantes, é normal não esquecer. Queria pensar que também consegui dar-lhes algumas coisas", afirmou o atual treinador dos gregos do PAOK Salonica, à agência Lusa.
Dez anos depois de ter levado o Sporting ao "pleno", com a conquista do campeonato, taça e supertaça, o técnico romeno mostrou-se "triste" pelo tempo que o clube leva sem alcançar o título de campeão.
Do Sporting de hoje, sabe que tem um "treinador 100 por cento sportinguista, um antigo grande jogador", Ricardo Sá Pinto, que esteve às suas ordens na sua passagem por Alvalade.
Laszlo Boloni, que chegou ao Sporting na época 2001/02, acompanhou a boa campanha dos leões na Liga Europa e considerou que um título continental teria "sido muito importante, para um grande clube e uma grande família".
"O problema é que o Sporting não tem tido títulos no plano nacional, fico triste com isso", referiu Boloni, cuja saída de Alvalade foi anunciada ainda antes do final da temporada 2002/03, tendo sido substituído na época seguinte por Fernando Santos.
Do último título leonino recorda "três momentos muito fortes", o primeiro dos quais aconteceu em "dezembro [de 2001] quando o Sporting conseguiu ganhar ao Setúbal e chegar à primeira posição".
O triunfo por 1-0 frente ao Vitória de Setúbal, garantido com um golo do brasileiro Jardel sobre o minuto 90, foi, segundo Boloni, "um momento muito feliz e ao mesmo tempo muito triste".
"Foi nesse jogo que perdemos o nosso leão Niculae, que se lesionou", afirmou o técnico, que ficou privado até final da época do avançado romeno que tinha trazido para Alvalade.
Com o clube no primeiro lugar, Laszlo Boloni ficou, depois, bastante satisfeito com uma atitude de Ribeiro Teles, que liderava à data o futebol leonino.
"Quando faltavam sete ou oito jogos para o fim, Ribeiro Teles organizou uma reunião, e falámos com grande responsabilidade sobre o trabalho de todos para ganhar o campeonato, penso que a decisão foi muito importante e feita com grande inteligência. Foi bom para ultimar e definir tarefas para darmos o título aos sócios", conta Laszlo Boloni.
A festa do título é outro dos momentos que o antigo futebolista internacional romeno não esquece: "Foi uma grande manifestação em Lisboa. Sentimos verdadeiramente a alegria forte dos sócios. O caminho de duas horas de Alvalade, até à câmara de Lisboa foi cheio de sentimentos muito fortes".
A festa, a 28 de abril de 2002, aconteceu um dia depois do empate 2-2 com o Vitória de Setúbal, com dois golos de Jardel, e só foi possível porque o Benfica derrotou o então campeão Boavista, na 32.ª e antepenúltima jornada.
Laszlo Boloni, que gostava de ser recordado como alguém que deu algumas coisas aos adeptos e ao clube, foi não só o último treinador a levar o emblema leonino à conquista do campeonato, mas também o último estrangeiro a sentar-se no banco do Sporting.
A passagem de Boloni por Alvalade fica marcada pelo "pleno" de títulos nacionais, mas também pela inauguração da Academia do clube, em Alcochete, e pelo lançamento de valores da formação, como Hugo Viana ou Ricardo Quaresma.
A 14 de agosto de 2002, num jogo da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente ao Inter Milão, fez entrar para o lugar do espanhol Toñito um estreante na equipa prinical que já tinha passado por todos os escalões de formação do clube, vestia a camisola 28, teve uma exibição discreta e chamava-se Cristiano Ronaldo.
Fonte: RECORD
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