Afastado da competição há sete meses - fez o último jogo a 19 de Fevereiro -, Rinaudo prepara o regresso. Antes, porém, abriu o livro em entrevista exclusiva a O JOGO
P: Depois de tanto tempo inativo, como se sente?
Agora sinto-me bem, mas a fratura do perónio foi muito complicada. Nunca tinha tido uma lesão dessa gravidade. Aliás, nunca me tinha mesmo lesionado desde que jogo a nível profissional. Depois de seis ou sete meses, voltei à atividade e há sempre algum desconforto muscular, que não era comum em mim. Este ano será diferente, porque volto de uma lesão. Não é o cenário ideal, mas, graças a Deus, já estou recuperado e está tudo bem. Já treino com o grupo e agora espero que esteja tudo bem, que não me prejudique outros músculos e espero poder começar já a jogar, que é o que mais quero.
P: Mas já teve lesões quando era novo, na Argentina, e tinha chegado a pensar desistir...
Sim, mas já foi há muito tempo. Tinha 15 ou 16 anos, era muito novo e não jogava na primeira divisão. Já me tinha esquecido do assunto das lesões. Há oito anos que não me lesionava e por isso me custa tanto voltar. Já voltei a treinar há muito, ainda na época passada, mas não me consegui acomodar pelo que referi antes. Para não sobrecarregar a parte fraturada o corpo carrega noutros músculos, há contraturas... Coisas normais, espero que passem.
P: Ainda sente isso?
Não, estou nota dez. Mas o corpo sofreu uma fratura, uma lesão grave, e para não forçar é normal que se carregue mais noutra zona. É normal, não me acontece só a mim. É assim, já ultrapassei isso. A última vez que senti qualquer coisa, foi no gémeo esquerdo, uma contratura ou pequeno estiramento, mas já treino com o grupo e agora sinto-me bem.
P: Sente que pode voltar a ser o jogador de antes ou receia que haja sequelas?
O problema é que demorei muito a recuperar. Quando me deram alta voltei sem medo e devia ter voltado mais devagar, isso custa-me pelo meu estilo de jogo. Sobrecarrego muito. Mas não tenho qualquer sequela da fratura, estou bem agora.
P: Foi então traído pelo seu próprio estilo de jogo agressivo?
Totalmente. O que me coloca em campo é também o que me tira de campo. As lesões que tive não foram por golpes ou nada disso, "rompo-me" sozinho. É por ser um pouco bruto, nada mais. Terei de moderar um pouco...
P: E acha que consegue mudar esse Rinaudo bruto?
Não! Não! Mudar... não vou mudar a minha forma de jogar porque é o que me trouxe até aqui, é o que gosto e o que sei fazer. Não digo em jogo, mas em treino poderei ter de me resguardar um pouco em algumas situações. Em treino, quando às vezes o corpo não dá, quiçá moderar um pouco, estando cansado se não é preciso dar os 100%. Gosto de dar tudo mas quando o corpo não aguenta terei de baixar a intensidade, é isso que ainda tenho de aprender.
Fonte: www.ojogo.pt
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