Um regresso ao passado. Depois de uma época de investimento (30 milhões de euros) muito acima da média, que permitiu encontrar uma base duradoura para o plantel, o Sporting retoma em 2012/13 uma linha de ação discreta e cirúrgica no mercado de transferências.
Em busca de reforços à medida de posições deficitárias (e não de refazer a equipa do nada), os leões não abdicam das ideias fundamentais que nortearam a estratégia no último defeso (parcerias nacionais e externas; perfil de jogador internacional pelo seu país ou jovem com margem de valorização), mas ao mesmo tempo recuperam conceitos bem conhecidos do passado mais recente para fazer face ao momento de menor fulgor financeiro (interno e global) – vender antes e comprar depois; desenvolver os talentos da formação; resgatar emprestados que adquiriram experiência; e, por último, mas não menos importante, identificar contratações a custo zero, sem prejuízo da qualidade, dentro de um critério de exigência máxima.
Diferenças
Ora, num defeso condicionado pelo Europeu, que manteve o mercado em lume brando e dependente dos negócios milionários, a opção do Sporting até à data do regresso ao trabalho foi precisamente no sentido de reduzir a zero o gasto em contratações. Zakaria Labyad, de 19 anos, começou a ser “trabalhado” com nove meses de antecedência, sem outra contrapartida para o PSV Eindhoven que não os direitos de formação; Gelson Fernandes, de 25, ainda tinha vínculo ao Saint-Étienne mas não obrigou os leões a abrir os cordões à bolsa.
A zeros
Contas feitas, zero de custo em aquisições. E o dado tem significado em duas perspetivas. Por um lado, porque há um ano por esta altura já tinham chegado a Alvalade 10 reforços (Marcelo Boeck, Arias, Onyewu, Rodríguez, Turan, Rinaudo, Luís Aguiar, Schaars, Carrillo e Van Wolfswinkel) e o gasto direto ascendia a 8 milhões de euros. Por outro, porque há seis anos que a SAD leonina não chegava ao dia do arranque para uma nova época sem despender um cêntimo no mercado. A última vez que aconteceu foi à partida para 2006/07 (com Soares Franco, Ribeiro Teles, Carlos Freitas e Paulo Bento), quando a equipa se apresentou para o regresso ao trabalho a 14 de julho e estavam garantidos três reforços a custo zero: o sueco Farnerud, o paraguaio Paredes e o brasileiro Moisés (que acabou por não ficar).
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